domingo, 26 de agosto de 2007

Tipos de pais dos atletas

Na recta final para reiniciar a Época desportiva de 2007, apresento aqui um texto sobre os vários tipos de pais e a sua atitude para com o atleta.
Desafio todos os pais que vierem visitar este blog a descobrir se estão inseridos em algum destes "tipos" e, talvez, a melhor forma de lidar com o assunto.
Não pretendo atingir ninguém e se existir por aí um texto sobre os "tipos" de treinadores, serei a primeira a postá-lo aqui =)


«No manual “A comunicação do treinador com os pais dos atletas” de Frank Smoll, com tradução de Jorge Adelino e edição do CEFD são caracterizados cinco (5) tipos de pais, tendo em conta a sua forma de estar perante o treino dos seus filhos. Vejamos cada um destes tipos:


Pais desinteressados

Características principais - aquilo que distingue este tipo de pais é a sua ausência permanente das actividades desportivas dos seus filhos.

Pais supercríticos

Características principais – estão sempre a censurar e a ralhar com o filho, parecendo nunca estar satisfeitos com o comportamento desportivo do jovem. Dão a impressão que é mais “o seu jogo”, “a sua prova” ou “o seu treino” do que o do filho.

Pais que gritam durante as competições

Características principais – trata-se de um tipo de pais com grandes pulmões e com cordas vocais de aço!! Este pai ou esta mãe senta-se (quando não fica de pé…) mesmo por detrás dos membros da equipa ou do grupo, grita colérico e enraivecido contra tudo e contra todos, não deixando que se oiça mais ninguém naquela zona, incluindo o treinador.

Pais “treinadores de bancada”

Características principais – é muito frequente encontrar este tipo de pais junto ao "banco", na bancada ou à volta do local da prova, "dando instruções" aos praticantes. Este comportamento pode contrariar as indicações dadas pelo próprio treinador e perturbar o funcionamento do grupo.


Pais superprotectores

Características principais - É muito habitual encontrar esta situação na mãe do jovem. É frequente ouvi-la ameaçar que vai retirar o filho do desporto pelos perigos que ele envolve.


Tendo por base o mesmo livro, vejamos as formas como cada um de nós treinadores poderá intervir em cada caso, de forma a potenciar ao máximo a relação com estes.

1- Pais desinteressados
O que deve ser feito
Numa conversa “ocasional” com o jovem, poderá perguntar-lhe se ele pensa que os pais gostariam de vir ao próximo jogo. Se a resposta dada for do género “os meus paiss não se interessam se eu faço ou não desporto”, o treinador deverá procurar falar com estes pais e explicar-lhes que não só o filho deles como os restantes membros da equipa apreciam todo o tipo de apoio que eles possam prestar. Uma hipótese a considerar para tentar resolver esta situação é a formulação de um convite pessoal para uma competição que se venha a realizar proximamente.
2- Pais supercríticos
O que deve ser feito
Explicar as razões pelas quais a crítica constante provoca pressão e distúrbios emocionais no jovem, que por sua vez estorvam a actividade e retardam a sua evolução. Deve dizer-se aos pais os motivos que levam o treinador a optar por uma comunicação positiva, no sentido de influenciar o comportamento do atleta e a forma como eles também a podem e devem utilizar.
3- Pais que gritam durante as competições
O que deve ser feito:
Não entrar em discussão com a pessoa. Durante uma das pausas da competição (no intervalo ou entre duas provas), com muito bons modos, com calma e muito tacto, tentar fazer ver a essa pessoa que aquele tipo de comportamento é um mau exemplo para os jovens. Pode, inclusivamente, solicitar o apoio de outros pais, que poderão intervir junto daqueles que gritam durante as competições.
Em certos casos, pode-se também pedir que essa pessoa venha a colaborar com a equipa, desempenhando uma determinada tarefa (fazendo a “estatística” do jogo, tratando do equipamento, etc.). Assim, poder-se-á criar um maior sentido de responsabilidade e auxiliar este pai a estar mais “sossegado”. Medidas mais drásticas, só em casos extremos.

4- Pais “treinadores de bancada”
O que deve ser feito:
Mais uma vez é aconselhável não entrar em confronto directo com as pessoas. No intervalo, ou no fim do jogo, deverá ser-lhes dito a enorme confusão que é, para um jogador, ouvir ao mesmo tempo, de duas pessoas diferentes, referencias àquilo que ele deve fazer. Poderá ser igualmente dito que é preciso escolher entre ser treinador a tempo inteiro ou espectador a tempo inteiro.
5- Pais superprotectores
O que dever ser feito:
Deve-se procurar eliminar o receio de que a actividade desportiva pode ser prejudicial, assegurando aos pais que os benefícios são muitos e que se trata de uma actividade praticamente sem perigos.
Convém explicar-lhes as regras, o equipamento e os cuidados postos na protecção do jovem e assinalar os contributos positivos prestados pelo treino, pela actividade desenvolvida e pela própria participação nos quadros competitivos.»


Boa preparação para o recomeço da época!!